quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Enquanto for mais barato para as empresas lesar o consumidor do que respeitá-lo, o CDC será apenas uma utopia legal.

Atender às necessidades do consumidor é, na realidade, entregar um produto ou serviço que funcione, e caso isto não aconteça, que o consumidor não tenha prejuízos ou dor de cabeça com o fato que por si só já é um contratempo. A lucratividade das empresas em sua maioria está em constante evolução, ao contrário da satisfação do cliente que decai cada vez mais. Analisando a grosso modo, isto acontece porque é mais barato arcar com as despesas geradas por ações junto aos PROCONs e Juizados da vida do que prevenir e solucionar os problemas dos consumidores. Os baixos valores indenizatórios estipulados, a demora dos processos e a diminuta quantidade de cidadãos que fazem uso de seus direitos contribuem para que seja um grande negócio entregar um produto que depende de uma sorte aleatória para ser perfeito e que em seu pós-venda se torne um verdadeiro martírio para o consumidor, que na maioria das vezes desiste de tentar solucionar o problema e restringe-se a falar mal da marca.
Algumas pessoas descrédulas da justiça (algumas com razão) costumam propagar a negatividade em torno das ações junto à Justiça, reafirmando sempre a questão temporal para solução da lide como uma justificativa para não fazer uso de seus direitos. Na verdade, as pessoas em alguns casos deveriam parar de apenas pensar em soluções futuras de curto prazo e pensar também em soluções oriundas do passado, o que em várias delas gera um sentimento de inércia em relação a um fato sobre o qual elas deveriam ter tomado alguma atitude ou posicionamento.