sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ensino médio em 3 meses! Supletivo reconhecido pelo MEC. Ligue para ...


Esqueçam o Ensino Médio em 3 anos! Para quê 3 anos? Se podemos absorver o "mesmo conhecimento" em 3 meses, estando totalmente aptos e qualificados para disputarmos qualquer vestibular de nível no Brasil...
Certamente estes "Supletivos de 3 meses" jamais aprovarão alunos que não comprovem todo o conhecimento equivalente ao Ensino Médio, através de avaliações exemplares e um acompanhamento "escolar" pleno, os alunos podem demonstrar a total absorção do conteúdo, gerando inveja nas melhores instituições de Ensino Médio, sejam públicas ou particulares.
Obviamente ao concluir com muito mérito esta longa jornada do conhecimento, daremos preferência às instituições acadêmicas particulares, com sua vasta disponibilidade de vagas e sua conhecida seriedade, sempre em prol da formação do aluno e da sociedade... acima de tudo. Instituições estas que desenvolverão todo o potencial deste aluno que esteve mergulhado nesta imensidão de conhecimento ao longo dos 3 meses de seu Ensino Médio, realizando atividades desafiadoras cujo objetivo principal é sempre o desenvolvimento do aluno e o aproveitamento de seu conhecimento. Reprovação? Isto não existe a longo prazo, nada que uma conversa e um pouquinho de tolerância não resolvam. Afinal, o que seria da educação sem aluno? Mesmo com todas as suas peculiaridades? Eles são o futuro! ("Somos educação privada, desenvolvida e otimizada. Nós resolvemos isso").
Assim em breve o aluno poderá ter o seu canudo, a suprema representação de todo o seu conhecimento, resultante de anos de estudo. (E alguns meses)

Ora, pensando dessa forma: 3 anos = 3 meses / Quem sabe não poderemos daqui a um tempo realizar um curso superior em 5 meses, afinal já conseguiram reduzir o tempo de alguns em 2 anos, em média por aí.
Isso obviamente só poderá surgir através de novas e modernas instituições que irão focar a eficiência e a inclusão (a preços módicos, claro).

Viva a educação otimizada em tempo e em tolerância, isto é a evolução! O MEC autoriza e reconhece!
Isso é o futuro!

Pensando bem ... acho que já andei tendo visões do futuro!

Um comentário:

Thony Filho disse...

Prezado Senhor.
Tenho conversado com minha esposa, cuja profissão é professora da rede da educação estadual, a despeito da conclusão do ensino médio no lapso de tempo hábil de 3 meses. Como professora efetiva, ela pensa tal qual a exposição do seu texto. A minha opinião é totalmente contrária à de vossa senhoria e, consequentemente, à de minha esposa (bem como a de um montão de pessoas que concluíram o ensino médio em três anos). E as minhas razões, eu sei, são desprovidas de um olhar analítico-filosófico-científico. Quiçá, romântico. Imagino e penso que as coisas sempre poderiam ser piores do que já são ou pelo menos se apresentam. E assim me vejo diante de uma reflexão simplista, eu sei, de que um aluno que "consegue" concluir o ensino médio em três meses seja diferente, pelo menos não seja igual àquele que estuda e termina-o ao longo de três anos: imagino uma pessoa que passou cerca de trinta anos levantando-se às quatro horas da manhã, prepara sua refeição do almoço, sendo solteiro, vai trabalhar... todos esses mesmos dias ele passa defronte a uma escola pública ou da outra rede, e lamenta a sua sorte por não ter conseguido estudar, regularmente, tal qual outras pessoas desprovidas da falta de sorte o fazem. E, em um determinado dia, eis que lhe surge uma oportunidadezinha-zinha-mesmo, para concluir o curso. Vão dizer-lhe: "são apenas três meses! O que tu vai aprender, rapaz?" - Ele simplesmente iguinora tais observações ou críticas, como queira, e ao final recebe o certificado. Na empresa, o seu chefe, diante do esforço daquele já senhor, o vê merecedor de mais uma oportunidade, haja vista a existência de uma vaga de supervisor em um dos departamentos da empresa. E o homem parece que conseguiu galgar mais um degral, graças aos míseros três meses. Lembro-me que minha irmã concluiu o seu ensino fundamental e médio a longos esforços nesses cursos relâmpagos hoje tão criticados. Quanto a mim, sinto-me orgulho dela. Em discussão com alunos de faculdade de Direito, a maioria critica tais cursos rápidos sob o argumento de que a pessoa não aprenderá nada, como se nós que cursamos a longo tempo sabemos de tudo; como se seja a rede pública ou aquela outra (privaté) está preparada para, no fim do longo martírio do ensino médio em três anos, seus alunos estejam realmente preparados. Será? Outra coisa é imaginar que um morador de rua, sabe-se lá como, consegue passar em um concurso público, e não se conceber que uma pessoa que concluiu o ensino médio em três meses não consiga uma melhoria de vida, mesmo que sua ambição não seja um concurso público. Quem sabe até por uma questão de bem-estar-espiritual. Lembrei-me agora daquela expressão que em português significa "deixai fazer" (lassais faire). Ela retrata um aspecto que sempre as sociedade reclamaram - deixem-nos lutar e conseguir por nossos próprios esforços. Vejo assim. Caso esses alunos queiram ir além do que já conseguiram com o certificado do ensino médio, cabe a eles, somente a eles, o intento. Se é justa ou não a concorrência, problema deles, se não estudarem um pouco ou um muito a mais. Que lutem, leia, estudem, caso contrário, não vão passar disso. O que, em verdade, poderá ocorrer com qualquer PHD, caso não se prepare à banca examinadora. Grato pela permissão de expressar meu pensamento. Um abraço a todos. Antônio.