segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O nível de sua faculdade está baixo? O que você faz para melhorar isso?

É fato, o nível das faculdades de Direito no Brasil está em queda livre. O problema chegou em um grau tão absurdo que encontramos acadêmicos ao longo do curso que dificilmente conseguem escrever um simples bilhete. Obviamente isso não é uma regra, ainda existem boas instituições, em especial algumas públicas e outras privadas que prezam pela qualidade de seu ensino e dos formandos que inserem na sociedade, que apesar de todos os fatores envolvidos ainda não se tornaram oficialmente um simples negócio. O vestibular se tornou uma mera formalidade, as provas de redação idem, não importa o nível ou a nota do aluno na seleção, o que importa é preencher todas as vagas disponíveis, afinal uma faculdade particular é um negócio, e neste caso não adianta ter alunos brilhantes e falir antes do fim do curso. Após o ingresso acadêmico passa-se a perceber pelo próprio convívio em sala os diversos problemas e falhas do sistema de ensino médio brasileiro, alunos que apresentam dificuldade de aprendizado e problemas no desenvolvimento das atividades acadêmicas, atividades que em teoria deveriam estar preparados a realizar, já que foram aceitos em uma instituição de ensino superior. Geralmente culpa-se a instituição pela suposta má qualidade de seus alunos, mas são tantos os envolvidos no ciclo da ineficiência acadêmica que fica impossível enumerar por importância. MEC, alunos, professores, diretores, coordenadores, proprietários, etc. todos contribuem de alguma forma:
  • Excesso de autorização de faculdades que acabam por não atingir padrões mínimos exigidos;
  • Vestibulares usados como mera formalidade;
  • Alunos que buscam somente o "canudo", não dando importância ao seu desenvolvimento muito menos ao de seus colegas, alguns passando o curso inteiro contando com conhecimentos "instantâneos";
  • Alunos passivos diante de situações incompatíveis com meio acadêmico;
  • Professores excessivamente tolerantes, facilitadores e ineficientes na avaliação de seus alunos;
  • Corpo diretivo conivente e omisso perante processos acadêmicos ineficazes;
  • Proprietários que não se preocupam com o nível e sim com a lucratividade;
  • Proprietários e corpo diretivo que em alguns casos pressionam professores determinando direta ou indiretamente a aprovação de alunos;
  • Etc., Etc.
Tudo isso é apenas um rascunho de um cenário que venho acompanhado, através de visitas e em conversas cuja temática é o meio acadêmico, obviamente existem, além dos já citados, vários outros fatores externos e internos à questão. Resta a nós, integrantes do sistema acadêmico refletir antes de falar. Será que eu estou fazendo a minha parte?